AI Pin, que prometia substituir o celular, fracassa e vai sair de linha
Empresa que produzia o produto foi comprada pela HP por mais de US$ 100 milhões
Anunciado em 2023 como uma solução do futuro para substituir smartphones, o AI Pin está saindo do mercado.
A HP anunciou na terça-feira (18) compra de parte da Humane por US$ 116 milhões. O acordo inclui a equipe principal da empresa, sua plataforma de inteligência artificial e mais de 300 patentes, mas não contempla o negócio do AI Pin, que será descontinuado.
No site da Humane há um comunicado aos usuários do AI Pin, afirmando que o o dispositivo deixará de se conectar aos servidores da empresa a partir do dia 28 de fevereiro.
Isso significa que ele perderá funções essenciais, como fazer chamadas, enviar mensagens e processar comandos de IA. A companhia recomenda que os usuários baixem suas fotos, vídeos e anotações antes do desligamento definitivo.
Os clientes que compraram o AI Pin dentro da janela original de 90 dias para devolução poderão solicitar reembolsos. Já as assinaturas atreladas ao dispositivo terão reembolsos proporcionais. Quem aguardava a substituição do estojo de carregamento defeituoso — que apresentava risco de incêndio — também receberá um reembolso parcial do valor da compra.
O fim do AI Pin
O AI Pin foi lançado oficialmente em abril de 2024 por US$ 700, mas recebeu críticas negativas quase unânimes. Muitos avaliadores apontaram que o dispositivo não conseguia substituir um smartphone de maneira eficaz, sendo lento e pouco funcional.
Apesar das grandes expectativas, a Humane vendeu apenas 10.000 unidades, muito abaixo das 100.000 esperadas. A empresa começou a buscar compradores já em maio, com uma avaliação otimista de até US$ 1 bilhão — um número improvável diante do desempenho do produto.
Outro golpe veio em junho, quando defeitos na bateria do carregador do AI Pin levaram a alertas sobre risco de incêndio. Em agosto, relatórios indicaram que mais de US$ 1 milhão em produtos foram devolvidos por clientes insatisfeitos.
No fim do ano, a Humane tentou redirecionar seu foco para o software de IA CosmOS, promovendo sua adaptação para outros dispositivos, como smartphones e assistentes inteligentes.
Com a compra da Humane, a HP pretende integrar inteligência artificial em seus produtos, como computadores e impressoras. Os fundadores da Humane, Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, liderarão uma nova divisão de IA dentro da HP, trazendo boa parte de sua equipe original.
“Haverá um momento para dispositivos puramente de IA, mas nossa abordagem será incluir inteligência artificial em todos os nossos produtos, ajudando nossos clientes empresariais a serem mais produtivos”, disse Tuan Tran, chefe de iniciativas de IA da HP, à Bloomberg.
Veja o vídeo da apresentação do produto na época do lançamento:
