A declaração foi feita após o CEO da empresa de pagamentos Klarna, Sebastian Siemiatkowski, contar que não contrata funcionários há um ano
O CEO da empresa de pagamentos Klarna, Sebastian Siemiatkowski, fez um posicionamento no X (ex-Twitter) após a repercussão de suas falas de que a inteligência artificial poderia substituir funcionários. Na publicação, ele expressou que a tecnologia pode levar até mesmo o seu trabalho.
“Para mim, a IA é capaz de fazer todos os nossos trabalhos, incluindo o meu. Porque nosso trabalho é simplesmente raciocínio combinado com conhecimento/experiência. E o avanço mais crítico, o raciocínio, já foi alcançado”, disse no domingo (05).
Siemiatkowski afirmou no mês passado, em entrevista a Bloomberg, que a Klarna deixou de contratar novos funcionários há um ano e que tem substituído a força de trabalho com inteligência artificial.
A empresa anunciou no ano passado um agente virtual integrado à OpenAI e afirmou que a tecnologia era responsável por dois terços do atendimento ao cliente. Segundo a divulgação, a IA seria equivalente à força de trabalho de 700 agentes em tempo integral.
Siemiatkowski não parece feliz com a possibilidade de deixar um robô fazer seu trabalho.
“Meu trabalho é uma parte super importante de quem eu sou, e perceber que ele pode se tornar desnecessário é desanimador”, escreveu. “Mas também acredito que precisamos ser honestos sobre o que achamos que vai acontecer. E prefiro aprender e explorar do que fingir que isso não existe.”
De acordo com o diretor de ciências da computação e inteligência artificial do MIT, Anant Agarwal, existe a possibilidade de a IA substituir cargos executivos no futuro.
“Pensando mais profundamente, eu diria que 80% do trabalho que um CEO faz pode ser substituído por IA”, disse em entrevista ao New York Times.
Por enquanto, os problemas de “alucinações” da inteligência artificial e a necessidade de supervisão humana tornam a chance de um CEO ser substituído por uma máquina mais remota.
“A ideia de a IA realizar todos os trabalhos humanos, incluindo o de um CEO, ainda é mais especulativa do que realista neste momento”, disse Akash Nigam, CEO da empresa de avatares de IA Genies, em entrevista ao Fortune. “O papel do CEO exige não apenas pensamento estratégico, mas, provavelmente mais importante, inteligência emocional, adaptabilidade e liderança refinada — qualidades que a IA ainda não pode replicar totalmente.”