EUA restringem exportações de chips de IA para o Brasil

Heloísa Vasconcelos
por | 13/01/2025 às 16:32

O governo americano anunciou nesta segunda-feira (13) novas regras para a exportação de chips de inteligência artificial (IA) produzidos nos Estados Unidos. As restrições são voltadas principalmente para bloquear o acesso da tecnologia a países como China e Rússia, mas afetam outros países, incluindo o Brasil.

A nova regulação divide os países em três grupos, com níveis diferentes de restrição à exportação para cada um deles.

O primeiro grupo, formado por aliados dos EUA, como Austrália, Japão, Coreia do Sul e Taiwan, não possui qualquer restrição ao acesso de chips produzidos em território americano.

Os países do segundo grupo, que inclui o Brasil, terão uma limitação no número de chips que podem ser comprados, sendo necessário solicitar uma licença para tal. Os países podem solicitar um aumento na cota de chips, mas a aprovação depende do cumprimento de medidas de segurança.

China, Russia, Irã e Coreia do Norte são alguns dos países do terceiro grupo. A exportação de chips é completamente bloqueada para eles.

As regras anunciadas entram agora em um período de comentários de 120 dias, mas podem em vigor antes que esse tempo acabe.

Regras de exportação de chips de IA para o Brasil

Em 2025, os países do segundo grupo poderão ter acesso a no máximo 507 milhões de TTP (poder de processamento total). Esse número irá subir para 1.02 bilhão em 2027.

Para efeito de comparação, um chip Nvidia H100 tem TPP de 15.832. O máximo que um país como o Brasil poderia comprar neste ano, então, seriam 32 mil chips desse modelos.

De acordo com a nova regra, compras de com capacidade de até 1.700 GPUs não são contabilizadas no limite do país e não precisam de licensa.

“A regra baseia-se em regulamentações anteriores que visam proteger a segurança nacional dos EUA, incluindo os controles de chips de outubro de 2022 e outubro de 2023. Ela segue uma ampla gama de diálogos relevantes realizados nos últimos dez meses com partes interessadas, membros bipartidários do Congresso, representantes da indústria e aliados e parceiros estrangeiros”, diz o documento do governo norte-americano.

Empresas reagem

Empresas do setor de tecnologia reagiram às novas regras publicadas. Em comunicado oficial, a Nvidia afirmou que as restrições prejudicam os interesses do país.

“As novas regras controlariam a tecnologia em todo o mundo, incluindo tecnologias que já estão amplamente disponíveis em PCs para jogos convencionais e hardware de consumo. Em vez de mitigar qualquer ameaça, as novas regras da administração Biden apenas enfraqueceriam a competitividade global dos Estados Unidos, prejudicando a inovação que manteve o país na liderança”, disse.

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