Roteirista de Taxi Driver tem crise existencial após usar ChatGPT: “Mais inteligente que eu”
Grande parceiro de Martin Scorcese nos ano 70, Paul Schrader comparou a experiência com a vitória do computador Deep Blue sobre Gary Kasparov
O roteirista americano Paul Schrader, autor de sucessos de Hollywood como Taxi Driver e Touro Indomável, está tendo uma espécie de “crise existencial” sobre o poder da inteligência artificial. Na semana passada, ele utilizou sua conta no Facebook para compartilhar seu choque com o potencial do ChatGPT.
“Eu acabei de perceber que a IA é mais inteligente do que eu. Tem melhores ideias e formas mais eficientes de executá-las. Esse é um momento existencial, parecido com o que Kasparov sentiu em 1997 quando ele percebeu que o Deep Blue iria derrotá-lo no xadrez”, escreveu na quinta-feira (16).
A referência é ao supercomputador criado pela IBM chamado Deep Blue, que foi o primeiro computador a derrotar o então campeão de xadrez Gary Kasparov em uma partida oficial.
Ele publicou novamente ainda no mesmo dia, falando sobre o mesmo tema: “Eu acabei de enviar um script que escrevi há alguns anos para o ChatGPT e pedi que ele apontasse melhorias. Em cinco segundos ele respondeu com notas tão boas ou melhores que eu jamais recebi de um produtor executivo”.
Poder do ChatGPT
Schrader, que já tem 78 anos, continuou falando sobre o assunto um dia dia depois do primeiro comentário. Ele contou que pediu ao ChatGPT uma ideia de filme escrito por ele mesmo, pedindo depois ideias baseadas em outros autores, como Paul Thomas Anderson, Quentin Tarantino e Harmony Korine.
“ESTOU IMPRESSIONADO. […] Cada ideia que o ChatGPT teve (em alguns segundos) foi boa. E original. E concretizável. Por que os escritores deveriam ficar meses procurando uma boa ideia, quando a IA pode fornecê-la em segundos?”, disse.
Os comentários não trouxeram tanto entusiasmo com a tecnologia quanto ao famoso roteirista. Muitos ressaltaram a importância de ideias originais humanas para que a inteligência artificial pudesse utilizá-las.
“Para que isso aconteça, primeiro tem que HAVER um Paul Schrader, um Paul Thomas Anderson, um Quentin Tarantino, etc. O ChatGPT não pode lhe dar instruções se esses escritores não divulgarem seu trabalho primeiro. Essa forma de pensar impede que futuros escritores tenham voz ou façam o trabalho para encontrar sua voz”, escreveu uma pessoa na timeline do roteirista.
